A China anunciou nesta quinta-feira (17) que ampliará os créditos para concluir projetos imobiliários inacabados a mais de 560 bilhões de dólares (3,17 trilhões de reais), como parte de um novo pacote de medidas para apoiar o setor e estimular a economia.
O setor imobiliário chinês representa 25% do PIB nacional e registrou um crescimento acelerado durante duas décadas.
Porém, nos últimos anos, a desaceleração afetou o PIB do país, no momento em que o governo aspira um crescimento de 5% para 2024.
O ministro da Habitação, Ni Hong, afirmou em uma entrevista coletiva que haverá um "aumento na escala de créditos para projetos de lista branca a 4 trilhões de yuanes" (562 bilhões de dólares).
O valor representa quase o dobro do valor anterior (2,23 trilhões de yuanes).
A lista branca é um mecanismo pelo qual os municípios recomendam projetos imobiliários aos bancos que devem receber financiamento de forma prioritária.
"O mecanismo de financiamento imobiliário urbano deve buscar incluir todos os projetos elegíveis na lista branca", acrescentou Ni.
O ministro também anunciou que "um milhão de casas antigas passarão por reformas".
"Há muitos riscos de segurança e ambientes habitacionais deficientes nas áreas urbanas, e as pessoas estão ansiosas por reformas", explicou o ministro.
As autoridades chinesas, incluindo o presidente Xi Jinping, admitiram no mês passado que a segunda maior economia do mundo enfrenta "problemas".
O governo anunciou na ocasião um pacote de medidas de estímulo econômico, que incluem cortes nas taxas de juros, principalmente para os atuais empréstimos imobiliários, e a flexibilização das restrições à compra de moradias.
Mas alguns analistas expressaram ceticismo sobre a possibilidade de que os anúncios desta quinta-feira representem um estímulo significativo para o mercado.
"Mais uma vez, eles tentam falar para não dizer nada, insistindo ainda mais na estabilização do setor imobiliário", afirmou Stephen Innes, analista da SPI Asset Management, em um comunicado.
"Sejamos honestos: a desordem que reina no setor imobiliário da China não pode ser resolvida com alguns discursos e medidas frágeis", acrescentou Innes.
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