Um painel independente pediu, nesta quinta-feira (17), uma reforma profunda do Serviço Secreto dos Estados Unidos, após seu "histórico" fracasso em evitar uma tentativa de assassinato do ex-presidente Donald Trump durante um comício em julho.

"O Serviço Secreto se tornou burocrático, complacente e estático", afirmaram os quatro membros do painel de revisão bipartidário em uma carta ao secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas.

"O Serviço Secreto, como agência, requer uma reforma fundamental para cumprir sua missão", concluíram em um relatório de 52 páginas. E deve abordar urgentemente "problemas sistêmicos".

Trump ficou ferido na orelha direita, após o jovem Thomas Crooks abrir fogo de um telhado durante um comício em 13 de julho em Butler, na Pensilvânia (nordeste).

Um homem morreu, e Crooks foi abatido por um membro do Serviço Secreto.

Grande parte do relatório se dedica a identificar as falhas de segurança que permitiram a tentativa de assassinato em Butler, muitas das quais já foram reconhecidas publicamente pelo Serviço Secreto.

"O 13 de julho representa uma falha de segurança histórica do Serviço Secreto", afirma o relatório, e a falta de "raciocínio analítico" dos atuais agentes foi, em parte, responsável.

O painel de revisão considera necessário um novo corpo diretivo com experiência fora do Serviço Secreto.

Também recomendou que a agência abandone sua responsabilidade de investigar crimes financeiros e volte a se concentrar em sua missão principal de fornecer proteção a funcionários de alto nível.

A diretora do Serviço Secreto, Kimberly Cheatle, renunciou após a tentativa de assassinato e foi substituída pelo diretor interino, Ronald Rowe.

Este último afirmou, nesta quinta-feira, que o Serviço Secreto "analisará cuidadosamente o relatório e as recomendações".

"No entanto, não estamos esperando para agir", declarou em um comunicado.

"Já melhoramos significativamente nossa preparação, nossas comunicações operacionais e organizacionais e implementamos melhores operações de proteção para o ex-presidente e outros protegidos".

O painel não abordou uma tentativa frustrada de assassinato contra Trump que ocorreu em um de seus campos de golfe, na Flórida, em setembro.

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