O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, alertou Israel, nesta quinta-feira (17), de que a “transferência forçada” de boa parte da população do norte de Gaza, alvo de bombardeios e ataques das forças militares israelenses, constituiria um “crime de guerra”.

“Existe uma grande preocupação por uma transferência forçada em grande escala de civis que não cumpra os requisitos da guerra internacional para a evacuação por motivos militares imperativos”, disse Türk à imprensa em Nova York.

“A transferência forçada de grande parte da população do norte de Gaza constituiria um crime de guerra”, assegurou, fazendo um “apelo a Israel para que facilite imediatamente a chegada em massa da ajuda humanitária necessária em todas as partes de Gaza”.

Esta semana circularam informações de que as forças israelenses estão impedindo que a ajuda chegue ao norte, o que agrava as já desesperadas necessidades humanitárias e médicas, advertiu.

As forças israelenses realizam há uma semana bombardeios e operações terrestres no norte de Gaza e na área de Jabaliya, onde afirmam que o grupo islamista palestino Hamas tenta reunir suas forças.

Um bombardeio israelense matou nesta quinta ao menos 14 pessoas refugiadas em uma escola da cidade, indicaram os hospitais locais.

Israel anunciou nesta quinta-feira a morte do líder do Hamas, Yahya Sinwar, a quem atribuía a organização dos ataques de 7 de outubro de 2023 em território israelense, nos quais militantes islamistas mataram 1.206 pessoas e desencadearam a guerra atual.

Türk lamentou a "relação muito complexa" que sua equipe mantém com as autoridades israelenses, às quais, nos últimos dois anos, escreveu várias vezes para "documentar o ocorrido em 7 de outubro".

"Infelizmente, nunca obtive uma resposta", disse ele, enquanto exigia a "libertação imediata e incondicional" dos reféns capturados durante o ataque, que, um ano depois, ainda estão em poder de grupos armados palestinos.

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