Donald Trump e Kamala Harris dirigem-se, nesta sexta-feira (18), ao estado do Michigan para cortejar os votos dos trabalhadores e da comunidade muçulmana, desiludida com o apoio dos Estados Unidos a Israel na guerra em Gaza. 

As eleições presidenciais de 5 de novembro entre a candidata democrata e o republicano poderão ser decididas por alguns milhares de votos em certos condados de seis ou sete estados-chave, chamados de "estados-pêndulo" (swing states). 

O Michigan, sede das "três grandes" fábricas de automóveis (Ford, General Motors e Chrysler), é um deles.

As crises econômicas da década de 1970 levaram muitos moradores do chamado "cinturão industrial" a deixar este estado que faz fronteira com o Canadá, mas os conflitos no Oriente Médio atraíram migrantes libaneses, iraquianos, iemenitas e palestinos para a região. 

A comunidade muçulmana tradicionalmente vota nos democratas, mas a sua indignação com o apoio da Casa Branca às operações militares de Israel em Gaza e no Líbano ameaçou reduzi-la.

Várias organizações árabe-americanas decidiram apoiar candidatos independentes como a ambientalista Jill Stein, ou nenhum, mas uma das mais importantes, o movimento Uncommited (Não Comprometidos, em tradução livre), apoiou a democrata, mais por pragmatismo, porque teme que Trump seja pior, do que por afinidade.

- "Acabar" com a guerra -

A vice-presidente, de 59 anos, considerou que a morte do líder do Hamas, Yahya Sinwar, é uma "oportunidade para acabar" com a guerra em Gaza. 

Esta guerra "deve terminar de tal forma que Israel esteja em segurança, os reféns sejam libertados e o sofrimento em Gaza termine, e o povo palestino possa exercer o seu direito à dignidade, segurança, liberdade e autodeterminação", afirmou. 

O seu rival republicano, o ex-presidente Trump, ainda não reagiu à morte do líder do Hamas. 

Trump também estará no Michigan nesta sexta-feira para um comício em Detroit, antigo reduto da indústria automobilística americana.

"As famílias do Michigan foram esmagadas pela inflação, sob a liderança fracassada de Kamala", disse a equipe de campanha de Trump.

O republicano ameaça impor tarifas de 100%, 200% e ainda mais se vencer as eleições para, segundo ele, trazer um grande número de empresas de volta aos Estados Unidos. 

E considera o México "um tremendo desafio" para seus planos. 

"A China está construindo enormes fábricas de automóveis no México" e "vão vendê-los nos Estados Unidos" porque, estando perto da fronteira, têm "todas as vantagens e nenhuma das desvantagens", queixou-se esta semana. 

"E isso será o fim do Michigan. Será o fim, francamente, da Carolina do Sul, será o fim de tudo", estimou ele.

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