O colégio onde o professor Samuel Paty dava aulas quando foi decapitado por um jihadista nos arredores de Paris, levará seu nome, decidiram, nesta sexta-feira (18), as autoridades, quatro anos depois desse assassinato que comoveu a França. 

Com essa mudança, “incorporamos o ideal da França (...) de progresso por meio do conhecimento, dando-lhe o rosto de um homem humilde, dedicado e apaixonado”, disse Pierre Bédier, presidente do departamento de Yvelines, onde o colégio está localizado. 

Em 16 de outubro de 2020, Abdoullakh Anzorov, um refugiado russo de origem chechena, esfaqueou e decapitou o professor de 47 anos perto de seu colégio em Conflans-Sainte-Honorine, a noroeste de Paris. 

O jovem de 18 anos, que foi baleado pela polícia pouco tempo depois, reprovou-o por mostrar caricaturas de Maomé em uma aula sobre liberdade de expressão e, em uma mensagem de áudio, afirmou que sua ação era para “vingar o profeta”. 

A decisão de mudar o nome da escola, que o conselho local também apoiou, irritou três associações de pais, que temiam o impacto sobre os alunos presentes quando o drama ocorreu. 

Paty havia usado a revista satírica Charlie Hebdo como parte de uma aula de ética para discutir a liberdade de expressão na França, onde a blasfêmia é legal e as charges que zombam de figuras religiosas têm uma longa história. 

Seu assassinato ocorreu poucas semanas depois que a Charlie Hebdo republicou caricaturas de Maomé. 

Em 2015, islamistas armados mataram 12 pessoas na redação da revista satírica por terem publicado essas charges.

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