Seis de oito ex-guerrilheiros, entre eles cinco ambientalistas, foram absolvidos nesta sexta-feira (18) em El Salvador da acusação de assassinar uma mulher em 1989, em um julgamento que, segundo organismos internacionais e ONGs, visava atingir o movimento contra a mineração.

"Foi um arquivamento definitivo. As juízas do tribunal declararam extinta a ação penal devido à prescrição do crime e, portanto, decidiram que seis dos acusados fossem libertados imediatamente", disse à AFP a defensora Carolina Herrador, ao sair da audiência a portas fechadas em Sensuntepeque, 80 km ao nordeste de San Salvador.

O julgamento desses militantes avançou rapidamente, segundo ONGs, enquanto os massacres perpetrados pelos militares durante a guerra civil salvadorenha (1980-1992) ainda não foram investigados.

Os oito eram guerrilheiros da Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN), de esquerda, e, de acordo com a promotoria, mataram María Inés Alvarenga em agosto de 1989, na localidade de Santa Marta, porque a consideravam uma "informante do exército".

Dois deles foram julgados à revelia junto com os outros seis, mas o tribunal decidiu manter a ordem de prisão contra eles, por considerá-los em "rebeldia", explicou Herrador.

Este processo foi aberto em janeiro de 2023, quando os seis foram presos, após a revogação, em 2016, de uma lei de anistia que, em 1993, havia perdoado os crimes cometidos durante o conflito.

Diplomatas de vários países compareceram à audiência no Tribunal de Sentenças de Sensuntepeque, no departamento de Cabañas, mas a entrada da imprensa não foi permitida.

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