O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e os líderes aliados de Alemanha, França e Reino Unido destacaram, nesta sexta-feira (18), em Berlim, sua determinação de seguir apoiando a Ucrânia e "condenaram" o fato de a Rússia continuar com "sua guerra de agressão".

Após uma reunião na capital alemã, o mandatário americano, o presidente francês, Emmanuel Macron, o chefe de governo alemão, Olaf Scholz, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer "reiteraram sua decisão de seguir apoiando a Ucrânia em seus esforços para conseguir uma paz justa e duradoura", diz um comunicado conjunto.

Uma paz "baseada no direito internacional, incluindo a Carta das Nações Unidas, bem como no respeito à soberania e integridade territorial", acrescentaram.

Biden, cujo avião partiu da Alemanha esta tarde, condenou o "ataque vil à Ucrânia" do presidente russo, Vladimir Putin, e afirmou que "a Otan continua forte e mais unida do que nunca".

"Estamos caminhando para um inverno muito difícil. Não podemos desistir", acrescentou. O presidente americano viajou ao país europeu para uma visita de despedida antes das eleições nos Estados Unidos em 5 de novembro.

A situação no terreno é complicada para a Ucrânia, que recua no front e sofre bombardeios maciços após mais de dois anos e meio de conflito.

Kiev e seus aliados temem uma vitória do candidato republicano Donald Trump nas eleições americanas, o que poderia significar uma redução da ajuda militar dos Estados Unidos à Ucrânia.

A Alemanha, o segundo maior fornecedor de armas à Ucrânia depois dos Estados Unidos, já cortou sua ajuda financeira a Kiev pela metade até 2025.

Scholz reiterou o apoio da Otan à Ucrânia, mas alertou que a Aliança do Atlântico Norte não pode se tornar "um beligerante na guerra".

Biden foi recebido com honras pelo presidente Frank-Walter Steinmeier, que lhe concedeu a máxima condecoração alemã por sua defesa dos laços bilaterais e transatlânticos.

O chefe de Estado alemão qualificou Biden de "farol da democracia", que demostrou um apoio inabalável à Otan e à Ucrânia "em nosso momento mais perigoso desde a Guerra Fria".

- Coreia do Norte - 

Além da ofensiva de artilharia russa na frente oriental, a inteligência sul-coreana indicou que a Coreia do Norte enviou um contingente de 1.500 soldados das forças especiais para apoiar Moscou na Ucrânia.

Isso poderia "complicar a situação" no front, disse uma fonte da presidência ucraniana à AFP.

Mostra "o nível de desespero" de uma "Rússia em processo de enfraquecimento", afirmou, por sua vez, o primeiro-ministro britânico Starmer, após seu encontro em Berlim com Biden, Scholz e Macron.

Starmer garantiu que os aliados seguem "absolutamente decididos" a apoiar a Ucrânia.

Até o momento, nenhuma das exigências feitas pelo presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, em seu "plano para a vitória" obteve apoio unânime dos aliados. O plano foi apresentado à União Europeia (UE) e à Otan na quinta-feira.

Após a tumultuada Presidência de Trump (2017-2021), o mandato de Joe Biden marcou uma clara melhora nas relações entre Washington e Berlim, especialmente na questão ucraniana.

O presidente democrata, que se retirou da corrida presidencial, havia adiado uma viagem à Alemanha há uma semana por causa da passagem do furacão Milton pelos EUA.

Além da Ucrânia, a situação no Oriente Médio também está na pauta das reuniões em Berlim.

No comunicado, os quatro dirigentes ocidentais consideraram que a morte do líder do Hamas, Yahya Sinwar, em uma operação militar na Faixa de Gaza, implica "a necessidade imediata" de libertar os reféns israelenses ainda cativos e o fim da guerra em Gaza.

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