O referendo celebrado na Moldávia sobre a inclusão do objetivo de adesão à União Europeia (UE) na Constituição mostra um resultado muito acirrado, segundo a apuração quase definitiva dos votos anunciada nesta segunda-feira (21) pela Comissão Eleitoral.

Durante boa parte da apuração, o 'Não' liderou a disputa, mas os votos da diáspora mudaram o resultado final. Após a contagem de mais de 98% dos votos, o 'Sim' tem uma leve vantagem, com 50,03% dos votos, informou a autoridade eleitoral.

A presidente do país, a pró-UE Maia Sandu, denunciou "um ataque sem precedentes contra a democracia", em sua primeira reação oficial no domingo à noite.

"Grupos criminosos, que atuam em comum acordo com forças estrangeiras hostis aos nossos interesses nacionais, atacaram o nosso país com dezenas de milhões de euros, mentiras e propaganda, para fazer nosso país cair na incerteza e na instabilidade", declarou Sandu à imprensa.

De modo paralelo ao referendo, a Moldávia também celebrou eleições presidenciais no domingo.

Sandu liderou a votação, com quase 42% dos votos. No segundo turno, em 3 de novembro, ela enfrentará Alexandr Stoianoglo, candidato apoiado pelos socialistas pró-Rússia, que recebeu 26% dos votos, mais do que o previsto pelas pesquisas.

Sandu, economista de 52 anos, virou as costas a Moscou após a invasão da vizinha Ucrânia e apresentou a Bruxelas a candidatura de seu país para integrar a UE. Ela convocou o referendo para validar sua estratégia e definir o "destino" da ex-república soviética de 2,6 milhões de habitantes.

Porém, mesmo com uma vitória do 'Sim', o resultado apertado "enfraquece um pouco a imagem pró-europeia da população e a liderança de Maia Sandu", comentou o cientista político francês Florent Parmentier, especialista na região.

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