Yulia Navalnaya, viúva do líder opositor russo Alexei Navalny, disse, nesta segunda-feira (21), em uma entrevista à BBC, que voltaria à Rússia e "participaria das eleições" quando o regime de Vladimir Putin cair.
Dias antes da publicação póstuma das memórias de seu marido, a opositora de 48 anos também denunciou como uma "afronta" a fraqueza das reações internacionais ao anúncio da morte de Navalny, morto em fevereiro de 2024 em uma prisão do Ártico.
Vladimir Putin é "meu oponente político, estou fazendo e farei tudo o que estiver ao meu alcance para derrubar seu regime o quanto antes", afirmou na entrevista, disponível no site da BBC.
"Quero viver na Rússia. Nasci em Moscou, meus filhos também... É muito importante voltar. É impossível, é claro, enquanto Putin estiver no poder, mas espero que algum dia seu regime caia e não volte", disse Navalnaya.
"Se voltar à Rússia, participarei das eleições como candidata", continuou a opositora.
Segundo ela, o presidente russo deve "responder pela morte e pelo assassinato" de seu marido, e sua fundação anticorrupção tem "evidências" que serão reveladas uma vez que se reconstrua "o panorama completo" do falecimento.
"Acredito que não houve uma resposta (internacional) à morte de Alexei. Certamente, houve sanções contra alguns guardas de sua prisão no Ártico, mas me parece que é uma espécie de afronta à sua memória", lamentou a opositora.
Navalnaya pediu sanções diretas contra "Putin, seu séquito", e contra o atual governo russo.
No domingo, Yulia Navalnaya disse ao Sunday Times que deseja o fim político de Vladimir Putin, com a esperança de que "passe de uma espécie de czar russo para um prisioneiro comum", preso como seu marido em condições muito difíceis.
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