Autoridades detiveram o suposto autor material do assassinato do sacerdote indígena e defensor dos direitos humanos Marcelo Pérez, ocorrido no último domingo no estado mexicano de Chiapas (sul), informou o governador regional nesta terça-feira (22).

"Meu reconhecimento às autoridades da Procuradoria de Justiça, que me informaram que o autor material da morte do Padre Marcelo foi detido", disse o governador Rutilio Escandón na rede social X. 

O padre e renomado defensor dos direitos humanos foi morto a tiros no domingo na cidade de San Cristóbal em Chiapas, segundo as autoridades locais.

Os governos estadual e federal, a Igreja Católica e organizações de defesa dos direitos humanos se manifestaram para condenar o assassinato do religioso, que tinha sofrido ameaças por seu ativismo.

Depois de celebrar a missa e a caminho de sua paróquia, “dois homens em uma motocicleta atiraram em seu veículo”, dentro do qual “o corpo sem vida do padre” foi deixado, informou a promotoria local em um comunicado divulgado após o crime.

"Este ato de violência (...) não apenas priva a comunidade de um pastor dedicado, mas também silencia uma voz profética que incansavelmente lutou pela paz com verdade e justiça na região de Chiapas", declarou na ocasião a Conferência do Episcopado Mexicano, uma das maiores autoridades católicas do país.

Nas diversas paróquias onde foi designado, Pérez coordenou mobilizações da comunidade, incluindo marchas contra a venda de drogas em bares e cantinas. 

"Já não se aguenta mais" a violência, afirmou em 13 de setembro, durante uma peregrinação pela paz realizada em Tuxtla Gutiérrez, capital de Chiapas. 

Em 2021, ele apoiou o levante armado do grupo Autodefensas del Pueblo El Machete, no município de Pantelhó, onde atuou como mediador entre o governo e o grupo armado. 

No entanto, em julho de 2021, foi acusado de estar supostamente envolvido no sequestro de 21 homens nessa comunidade, o que o padre negou. 

Em 2022, diante de rumores não confirmados de que seria preso, diversas organizações internacionais de direitos humanos, como a Anistia Internacional e a ACAT-France, denunciaram uma tentativa de "criminalização" do sacerdote. 

Em meio à violência que aflige o México, vários religiosos têm sido vitimados. Segundo a imprensa mexicana, pelo menos nove foram mortos nos últimos cinco anos.

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