A Justiça dos Estados Unidos indiciou nesta quarta-feira (23) o empresário venezuelano Raúl Gorrín por participação em uma rede que lavou US$ 1,2 bilhão obtidos da estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) em troca de propinas milionárias pagas a funcionários do país sul-americano.

Dono do canal de TV venezuelano Globovisión, Gorrín conspirou com outros para lavar o dinheiro desse esquema de corrupção por meio de instituições financeiras americanas e outras contas bancárias no exterior, informou o Departamento de Justiça.

Entre 2014 e 2018, o empresário e seus cúmplices pagaram milhões de dólares em propinas a funcionários venezuelanos para obter contratos de empréstimo em divisas com a PDVSA, segundo a acusação. Em troca, obtiveram “mais de US$ 1 bilhão em receita ilícita, que Gorrín e seus cúmplices usaram para comprar iates e outros itens de luxo nos Estados Unidos”, ressaltou a vice-procuradora-geral, Nicole M. Argentieri.

Gorrín, 56, e os demais participantes do esquema usaram uma série de empresas de fachada e contas em paraísos fiscais para ocultar o pagamento de propinas e a movimentação de fundos ilegais.

Um grande júri (comissão de cidadãos com poderes investigativos) na Flórida acusou hoje Gorrín de “conspiração para cometer lavagem de dinheiro”. Considerado foragido nos Estados Unidos devido a um caso judicial anterior, o empresário pode ser condenado a uma pena máxima de 20 anos de prisão pelo novo caso.

Em 2018, Gorrín foi indiciado por suposta participação em outra rede de corrupção e lavagem de dinheiro.

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