Um tribunal de Uganda condenou, nesta sexta-feira (25), o ex-comandante da rebelião do Exército de Resistência do Senhor (LRA), Thomas Kwoyelo, a 40 anos de prisão por crimes de guerra e crimes contra a humanidade, após um julgamento histórico.
Esta decisão é a primeira proferida por um tribunal de Uganda contra um líder deste movimento de guerrilha, fundado no país na década de 1980 e que espalhou o terror na África Central durante cerca de trinta anos.
"A sentença de 40 anos" reflete adequadamente os crimes cometidos por Thomas Kwoyelo, declarou Michael Elubu, juiz presidente da Divisão de Crimes Internacionais (CID), com sede na cidade de Gulu (norte).
O ex-"coronel" foi considerado culpado em agosto de 44 acusações, incluindo assassinatos, sequestro e saques.
Durante as audiências que terminaram em maio, Kwoyelo, que está na casa dos cinquenta anos, declarou-se inocente.
Mencionou o seu passado como criança-soldado, afirmando que foi sequestrado aos 12 anos e recrutado à força para o LRA, criado pelo ex-coroinha Joseph Kony com o objetivo de estabelecer um regime baseado nos Dez Mandamentos.
Esta guerrilha é acusada de ser responsável pela morte de mais de 100 mil pessoas e pelo sequestro de 6 mil crianças, que foram transformadas em soldados ou, no caso das meninas, em escravizadas sexuais.
Expulsos de Uganda, os guerrilheiros dispersaram-se pelas selvas da República Democrática do Congo, da República Centro-Africana, do Sudão do Sul e do Sudão.
gm-jcp/mab/pc/aa