Kamala Harris vai apelar nesta terça-feira (29) aos americanos para que virem a página e recuperem o otimismo, no local onde Donald Trump discursou a seus apoiadores antes do ataque ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021. 

Quando entrou na campanha, após a desistência do presidente Joe Biden, a vice-presidente pisou firme no acelerador, elevando o ânimo do partido e assumindo a liderança nas pesquisas nacionais, embora com o passar das semanas, a vantagem tenha diminuindo. 

Agora estão lado a lado nas pesquisas, com empate técnico nos sete estados que devem definir o resultado das eleições. O local das alegações finais da ex-procuradora, de 60 anos, a dois passos da Casa Branca, não foi escolhido por acaso. 

Foi lá que o ex-presidente Trump discursou aos seus apoiadores para denunciar a alegada "fraude" nas eleições de novembro de 2020. 

Um grupo invadiu a sede do Congresso, onde parlamentares americanos se reuniam para certificar a vitória de Joe Biden.

- Inimigos versus tarefas -

Aquela que poderá ser a primeira mulher negra presidente dos Estados Unidos distinguirá "duas abordagens" do país, segundo sua equipe de campanha, que prevê a presença de quase 20 mil pessoas. 

Ela lembrará que Donald Trump está focado em sua "lista de inimigos" e ela está focada em sua "lista de tarefas". 

Trump, que aos 78 anos concorre às eleições presidenciais pela terceira vez, fará um discurso em sua mansão em Mar-a-Lago, na Flórida. 

Depois viajará para Allentown, na Pensilvânia, talvez o mais importante dos sete estados-pêndulo que decidirão quem será a próxima pessoa a ocupar a Casa Branca. 

Na segunda-feira, em um comício na Geórgia (sul), ele se defendeu daqueles que o acusam de querer se tornar um líder autoritário. 

"A nova linha de Kamala (Harris) e sua campanha é que todo mundo que não vota nela é nazista. Nós somos nazistas", disse ele diante de uma multidão fervorosa em Atlanta. 

Trump disse que seu pai costumava lhe dizer para nunca usar a palavra nazista ou Hitler e criticou os democratas por usarem ambas. 

"Ele é Hitler e depois dizem que ele é nazista. Eu não sou nazista, sou o oposto de um nazista", disse ele na Geórgia. 

Há poucos dias, seu ex-chefe de gabinete da Casa Branca, John Kelly, disse ao New York Times que Trump se enquadra na definição de fascista e que lhe disse que Adolf Hitler "também fez algumas coisas boas". 

Kamala deu crédito às declarações de Kelly, general reformado do corpo de fuzileiros navais, e acusou Trump de admirar "ditadores". 

O receio de uma repetição do caos de 2020 está muito presente nas eleições deste ano. 

Segundo uma pesquisa da CNN realizada na segunda-feira, apenas 30% dos americanos acreditam que Trump admitiria sua derrota nesta eleição. 

O republicano afirmou diversas vezes que a única maneira de perder é se os democratas fraudarem os resultados.

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