A Ucrânia planeja mobilizar 160 mil efetivos para repor as fileiras de suas forças armadas, anunciou nesta terça-feira (29) um integrante do governo perante os deputados, no momento em que as tropas russas aumentam a pressão no leste, após 32 meses de guerra.

Esta onda de mobilizações será organizada durante os próximos três meses, um período durante o qual a Ucrânia acaba de prorrogar a lei marcial, detalhou à AFP uma fonte do setor de segurança.

"Prevemos mobilizar mais de 160.000 pessoas", o que permitirá repor as fileiras do Exército em 85%, indicou o secretário-geral do Conselho de Segurança e de Defesa Nacional, Oleksandr Lytvynenko, segundo um vídeo de seu discurso divulgado por um legislador.

Desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022, "1,05 milhão de cidadãos foram alistados no total", detalhou Lytvynenko em sua reunião com os congressistas, que ocorreu a portas fechadas.

A Ucrânia impôs a lei marcial e a mobilização geral no início da guerra e as prorroga desde então a cada três meses. A última prorrogação, para o período novembro-fevereiro, foi votada nesta mesmo terça-feira pelo Parlamento.

As autoridades ucranianas não costumam divulgar números precisos sobre os efetivos das forças armadas nem sobre seus planos de mobilização e muito raramente informam as baixas em suas fileiras.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, informou no fim de fevereiro que 31 mil militares tinham morrido no conflito.

Esse número não inclui os desaparecidos, que são estimados em dezenas de milhares. E o balanço de feridos, que em geral chega ao triplo de mortos em um conflito, nunca foi informado.

A mobilização é um tema polêmico, considerado injusto por muitos ucranianos, e deu lugar a vários escândalos de corrupção.

A ONU estimava este mês que a Ucrânia contava com 35 milhões de habitantes, contra 43 milhões no início da guerra em 2022 (6,7 milhões fugiram do país desde então) e 45 milhões em 2014, quando a Rússia anexou a península ucraniana da Crimeia.

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