O candidato à Presidência do Equador, Pedro Granja, denunciou, nesta quarta-feira (30), que recebeu ameaças de morte, tornando-se o segundo dos 16 presidenciáveis a relatar intimidações em um país assolado pela violência do tráfico de drogas.

"Deixaram uma ameaça de morte clara ao meu irmão, dizendo: 'Vamos eliminar o Pedro Granja. Se ele não calar a boca nas próximas horas, esse desgraçado não chegará vivo ao debate'" entre os candidatos de janeiro, contou Granja em um vídeo divulgado pela Rádio La Calle nas redes sociais.

O socialista afirmou que pessoas desconhecidas invadiram a casa de seu irmão e levaram "documentos importantes".

"Não arrombaram o cofre como criminosos comuns, mas sim como verdadeiros especialistas", comentou, usando um colete à prova de balas. Acrescentou que estava próximo de revelar um caso de corrupção.

Granja, que se identifica como um especialista antimáfia, contava com menos de 2% das intenções de voto, segundo duas pesquisas privadas divulgadas em agosto.

Na terça-feira, o direitista Jan Topic também denunciou ter recebido ameaças de morte por mensagens enviadas ao seu celular.

Topic, um ex-franco-atirador e ex-paraquedista, aspira pela segunda vez à Presidência equatoriana após ficar em quarto lugar, com 14% dos votos, nas eleições de 2023, vencidas por Daniel Noboa.

O comandante da Polícia, general Víctor Hugo Zárate, declarou que o caso do empresário foi encaminhado ao Ministério Público "para o devido processo".

Outro candidato, o centrista Jimmy Jairala, denunciou em 20 de outubro que seu veículo, no qual estava um de seus filhos, foi alvo de disparos em um ataque que feriu o motorista e o segurança.

Desde 2023, cerca de uma dúzia de políticos foram assassinados no Equador, país que passou de um território pacífico a um centro de operações do narcotráfico e do crime organizado.

Durante a campanha presidencial daquele ano, o centrista Fernando Villavicencio foi assassinado por sicários ao sair de um comício em Quito.

O Equador tornou-se um dos países mais violentos do mundo, com uma taxa recorde de 47 homicídios por 100 mil habitantes em 2023, frente aos 6/100.000 de 2018.

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