A associação de jornalistas da Venezuela denunciou, nesta quarta-feira (30), um estado de "indefesa total" e exigiu garantias para os comunicadores detidos após a polêmica eleição presidencial de 28 de julho.

O Colégio Nacional de Jornalistas reivindicou "a apresentação dos detidos, (conhecer) sua condição de saúde, a situação em que se encontram e (garantir) o devido processo", disse o diretor da organização, Tinedo Guía, em uma coletiva de imprensa.

"Há uma [situação de] indefesa total, não apenas para os jornalistas, mas para todos os cidadãos na Venezuela; as pessoas desaparecem e não se sabe quem está com elas, os corpos policiais atuam sem uma ordem judicial", continuou.

Após as eleições presidenciais de 28 de julho — nas quais Nicolás Maduro foi proclamado presidente reeleito, apesar das denúncias de fraude — dez jornalistas foram detidos. Três deles se dedicavam ao ativismo político.

Outros três comunicadores já haviam sido presos durante a campanha eleitoral, e um em 2022 por acusações de narcotráfico.

A última detenção ocorreu na sexta-feira, quando agentes de inteligência levaram Nelin Escalante, jornalista especializado em cobertura econômica, após ele ser abordado pelo corpo de segurança em um shopping.

O Colégio de Jornalistas denunciou seu "desaparecimento forçado", uma vez que as autoridades se recusaram a informar onde ele está detido, segundo seus advogados e familiares. As autoridades também não se pronunciaram publicamente sobre medidas contra o comunicador.

"No momento em que foi detido, não havia uma ordem de um tribunal (contra ele) e também não foi preso em uma situação de flagrante", indicou o advogado Moisés Gutiérrez.

"Não foi dado o direito a uma ligação, já se passaram 48 horas e ele não foi apresentado a um tribunal; seus advogados de confiança não tiveram acesso a ele", denunciou.

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