O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta segunda-feira (4) que, "vença quem vencer" a eleição nos Estados Unidos, "terá que conversar, dialogar e entender-se" com o governo de Caracas, que Washington não reconhece oficialmente.

"Quem chegar à Casa Branca, seja [o republicano Donald] Trump ou seja Kamala [Harris, democrata], terá na Venezuela um governo revolucionário (...) com o qual terá que conversar, dialogar e entender-se, de maneira pacífica, sempre de maneira pacífica", disse o mandatário de esquerda, que foi proclamado reeleito para um terceiro mandato de seis anos em meio a denúncias de fraude apoiadas por Washington.

"Aqui estaremos, vença quem vencer lá em cima. Não nos metemos nos assuntos internos dos Estados Unidos; simplesmente observamos, vemos e mantemos nosso caminho", acrescentou Maduro durante seu programa semanal de televisão.

Venezuela e Estados Unidos não têm relações diplomáticas desde 2019, quando Donald Trump não reconheceu a primeira reeleição do governante de esquerda e impôs sanções a seu governo, com o objetivo, sem sucesso, de derrubá-lo.

As medidas punitivas incluíram um rígido embargo ao petróleo, que foi parcialmente flexibilizado por seu sucessor, o democrata Joe Biden, em meio à crise energética causada pelas guerras na Ucrânia e no Oriente Médio.

Maduro insiste que as sanções provocaram uma hiperinflação que, em 2019, atingiu 344.000%, além da perda de 99% das receitas vitais do petróleo e do colapso do Produto Interno Bruto (PIB) nesse período.

Foi uma "hecatombe que buscava causar um dano irremediável e irreversível à Venezuela", ressaltou Maduro.

Além dos Estados Unidos, a reeleição de Maduro não é reconhecida pela União Europeia e por vários países da América Latina.

A oposição assegura que venceu as eleições e denuncia fraude.

Trump e Harris aproveitam as últimas horas para tentar desempatar as pesquisas em uma eleição na qual mais de 80 milhões votaram antecipadamente.

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