O Reino Unido deseja tornar-se progressivamente um país sem tabaco e nesta terça-feira (5) foi apresentado no Parlamento um projeto de lei que proíbe a sua venda à geração nascida depois de 2009, uma medida pioneira e ambiciosa. 

"Esta é uma legislação revolucionária de saúde pública", elogiou o ministro da Saúde do governo trabalhista, Wes Streeting. 

Esta medida vai ajudar a "salvar milhares de vidas e proteger o SNS", o serviço público de saúde, acrescentou. 

Se o texto for aprovado, as pessoas nascidas depois de 2009 nunca mais poderão comprar cigarros legalmente no Reino Unido. 

Esta será "a primeira geração livre de tabaco no nosso país", acrescentou o ministro. 

Fumar é o principal fator de risco para o câncer de pulmão, o mais comum e mortal no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

No Reino Unido, este tipo de câncer é responsável pela morte de cerca de 80.000 pessoas por ano. 

Os trabalhistas, que chegaram ao poder em julho, retomaram a proposta apresentada pelos conservadores em abril. 

O projeto de lei foi apresentado nesta terça-feira, mas será debatido posteriormente e o processo legislativo poderá levar vários meses. 

Fumar causa "enorme pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde, com consultas, exames e operações, custando aos contribuintes 3,1 bilhões de libras por ano” (cerca de 4,02 bilhões de dólares ou 23,2 bilhões de reais), afirma o governo. 

A proibição da venda de tabaco aos jovens nascidos entre 2006 e 2010 poderia evitar quase 1,2 milhão de mortes por câncer de pulmão até o final do século, de acordo com um estudo liderado pela agência do câncer da OMS e publicado em outubro. 

Além desta proibição geracional, o governo britânico quer proibir as pessoas de fumarem em espaços externos, como parques infantis, assim como perto de escolas e hospitais.

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