O Tribunal Supremo espanhol anunciou nesta quinta-feira (8) uma investigação sobre José Luis Ábalos, ex-ministro e ex-homem de confiança do primeiro-ministro Pedro Sánchez, vinculado a um escândalo de corrupção pela compra de material de saúde durante a pandemia.

O Supremo informou em um comunicado que Ábalos, por anos uma figura do círculo íntimo de Sánchez, mas demitido como ministro em 2021 e expulso em fevereiro do Partido Socialista quando o escândalo explodiu, pode ter cometido vários crimes, incluindo desvio de dinheiro público, suborno e tráfico de influência.

Ábalos, que permanece como deputado no Congresso, mas independente, nega qualquer vínculo com a trama de corrupção.

O Supremo abriu a investigação para determinar se Ábalos, ministro dos Transportes de Sánchez entre 2018 e 2021, participou de "atos criminosos de um grupo de pessoas (...) que se aproveitaram da situação de emergência derivada da pandemia de covid", segundo o documento judicial.

De acordo com o documento, tenta-se provar se, como "compensação econômica" por seus serviços, Ábalos usufruiu uma residência adquirida em Cádiz, Andaluzia, pela empresa que recebeu os contratos para fornecer o material de saúde.

A empresa também teria pago o aluguel de um apartamento em Madri de uma mulher com quem Ábalos "estava, aparentemente, relacionado", afirma o documento.

A pessoa no centro do escândalo de corrupção é Koldo García, um homem de máxima confiança de Ábalos no Ministério dos Transportes.

García foi detido em 21 de fevereiro como suspeito de se enriquecer cobrando comissões por contratos de venda de máscaras entre março e junho de 2020, negócios que geraram lucros de 9,5 milhões de euros (10,1 milhões de dólares, 57 milhões de reais na cotação atual), segundo a justiça.

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