A inflação no Brasil acelerou em outubro para 4,76% em 12 meses, impulsionada pelo aumento dos preços da eletricidade e dos alimentos devido a uma seca histórica no país, segundo dados oficiais publicados nesta sexta-feira (8). 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ultrapassou o limite de 4,50%, a taxa de tolerância oficial. 

A variação mensal de preços em outubro foi de 0,56%, acima dos 0,44% registrados em setembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

No ano, o aumento acumulado foi de 3,88%. 

O índice de outubro é explicado, em parte, pelo aumento dos preços da energia elétrica residencial (+4,74%) e da carne (+5,81%), impactados pelo clima seco. 

Nos últimos meses, o Brasil sofreu a pior seca desde o início dos registros, vinculada, segundo especialistas, à mudança climática.

O tempo seco favoreceu a propagação de incêndios - em sua maioria de origem criminosa, segundo as autoridades -, que atualmente devastam inúmeras regiões, como a Amazônia. 

O aumento do preço da carne "pode ser explicado por uma menor oferta (…) por conta do clima seco e uma menor quantidade de animais abatidos, e um elevado volume de exportações", sublinhou André Almeida, diretor de pesquisa do IBGE. 

O índice de 4,76% fica um pouco acima da média das projeções de 31 instituições financeiras e consultorias, consultadas pelo jornal econômico Valor, que previram que seria de 4,73%.

A inflação acelerada foi o principal argumento apresentado pelo Banco Central do Brasil na quarta-feira para aumentar a taxa da Selic em meio ponto percentual, para 11,25%. 

A instituição alertou que o ritmo dos futuros ajustes da taxa de juros e a magnitude do ciclo "dependerão da evolução da dinâmica da inflação".

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