Deputados da oposição da França pediram nesta sexta-feira (8) um imposto sobre as importações de carne bovina do Mercosul, durante a análise do projeto de orçamento do país europeu para 2025. 

A medida, aprovada por legisladores de esquerda e de extrema direita contra a opinião do governo, resultou em uma emenda a esses orçamentos, que tem poucos sinais de que permanecerá no texto final.

Para o partido França Insubmissa (LFI, esquerda radical), que apresentou a emenda, o imposto busca “proteger os agricultores europeus” contra a “concorrência desleal” dos países do bloco sul-americano.

A adoção da emenda é sobretudo simbólica, especialmente quando a União Europeia (UE) busca finalizar um acordo comercial com o Mercosul, ao qual a França se opõe “em sua forma atual”.

Agricultores franceses temem a chegada à UE de 99.000 toneladas de carne bovina do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai se o acordo for assinado, o que inicialmente não se aplicaria à Bolívia, membro do Mercosul desde 2023.

Na segunda-feira, mais de 200 parlamentares, dos ambientalistas até os conservadores do Republicanos (LR), instaram na tribuna o presidente Emmanuel Macron a fazer tudo que for possível para “bloquear” o acordo na UE.

Nos últimos meses, as negociações iniciadas há 25 anos se aceleraram sob o impulso de países como Espanha e Alemanha, interessados no acordo, causando ira entre os sindicatos agrícolas franceses.

Esses sindicatos planejam uma série de mobilizações em novembro, coincidindo com a cúpula do G20 no Brasil nos dias 18 e 19, que contará com a presença dos principais líderes dos blocos europeu e sul-americano.

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