O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, exortou seus pares europeus nesta sexta-feira (8) a reconhecerem que a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos muda as regras do jogo sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia, e defendeu "passar da guerra à paz".
"A situação no front é óbvia, há uma derrota militar" da Ucrânia, disse Orban em uma entrevista de rádio, que coincide com a cúpula europeia em Budapeste.
Durante a sua campanha, Trump declarou que pode encerrar o conflito em 24 horas e Orban afirmou que o político republicano é "um homem que odeia a guerra", o que cria uma "nova situação" na Europa, já que isso coloca em questão o apoio dos Estados Unidos a Kiev.
Orban é um aliado de longa data de Trump e, ao contrário dos líderes da União Europeia, defende um cessar-fogo na Ucrânia.
"Vamos nos adaptar com urgência e passar da guerra à paz", pediu o premiê húngaro, que mantém um vínculo cordial com o Kremlin.
O presidente ucraniano Volodimir Zelensky rejeitou na quinta-feira os pedidos de cessar-fogo de Budapeste e afirmou que essa estratégia "não é viável". Além disso, a chamou de "irresponsável", já que não oferece nenhuma garantia para seu país, que luta contra a invasão russa desde fevereiro de 2022.
Orban disse que a frente unida da Europa em apoio à Ucrânia está começando a se romper.
"Há um aumento daqueles que são cautelosos e também daqueles que dizem que talvez devêssemos nos adaptar a essa nova situação", declarou.
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