Quase três quartos das armas de fogo recuperadas em 25 países do Caribe e rastreadas pelo Escritório de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF) entre 2018 e 2022 podem ser procedentes dos Estados Unidos, aponta um relatório do Escritório de Responsabilidade Governamental (GAO) do Congresso divulgado nesta quinta-feira (14).

Um total de 45% são procedentes de lojas de varejo nos Estados Unidos. A maior parte das vendas é feita nos estados da Flórida, Texas e Geórgia, segundo o documento.

Tratam-se, em 88% dos casos, de pistolas, mas “o número de armas longas submetidas a rastreio passou de 5% para 15%” das examinadas, acrescenta o órgão independente.

“Essas armas desestabilizam as comunidades e agravam os desafios que os nossos vizinhos caribenhos enfrentam, permitindo que os grupos e redes criminosas transnacionais realizem crimes que prejudicam a segurança dos Estados Unidos e a estabilidade regional", denunciou o congressista democrata Gregory W. Meeks.

“A forma mais eficaz de enfrentar a violência e instabilidade no Caribe é evitar que armas americanas caiam nas mãos de criminosos”, acrescentou seu colega Joaquin Castro. Essa atividade “contribuiu para o colapso da sociedade haitiana e a perda devastadora de vidas em toda a região”, acrescentou.

A Agência de Investigações de Segurança Interna (HSI) detectou um aumento do número, calibre e dos tipos de armas de fogo traficadas ilegalmente dos Estados Unidos para o Caribe, em particular no Haiti, onde esse fluxo facilitou o crescimento dos grupos criminosos violentos e contribuiu para o aumento do deslocamento e da emigração para os Estados Unidos.

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