O governo dos Estados Unidos anunciou neste domingo (17) que aumentou sua contribuição bilateral para financiar a luta contra as mudanças climáticas para 11 bilhões de dólares (R$ 63,6 bilhões) anuais em 2024, antes de uma visita simbólica do presidente Joe Biden à Amazônia.
"Os Estados Unidos cumpriram sua promessa histórica de aumentar sua contribuição para o financiamento da luta contra as mudanças climáticas para mais de 11 bilhões de dólares anuais em 2024, tornando-se o maior contribuinte bilateral em financiamento climático no mundo", afirmou a Casa Branca em um comunicado.
Biden faz sua última visita à América do Sul antes de entregar a presidência ao republicano Donald Trump, um cético das mudanças climáticas.
O presidente visitará Manaus neste domingo, onde anunciará uma série de medidas para proteger a Amazônia e impulsionar projetos de bioeconomia.
Os anúncios dos Estados Unidos coincidem com a conferência da ONU sobre mudanças climáticas que acontece em Baku, cujas negociações estão estagnadas devido à questão de quem deve financiar a luta contra as mudanças climáticas para ajudar os países em desenvolvimento a enfrentá-las.
A União Europeia é quem mais contribui a nível mundial para as finanças climáticas.
Quase metade dos recursos procedentes de países desenvolvidos vem de fundos multilaterais, segundo o think tank ODI Global.
Os Estados Unidos destinaram 14 bilhões de dólares (R$ 81 bilhões na cotação atual) em 2022 para o financiamento climático, incluindo mecanismos bilaterais e multilaterais.
No entanto, o segundo maior poluidor do planeta é criticado por priorizar os mecanismos bilaterais em relação aos multilaterais, que são cogeridos pelos países em desenvolvimento.
"Nenhum país deveria se vangloriar de ser o maior financiador bilateral. O que importa é a contribuição total, e os Estados Unidos nunca alcançaram sua parte justa", reagiu à AFP Friederike Roder, da ONG Global Citizen.
Entre outras medidas, Biden também anunciará em Manaus que os Estados Unidos dobrarão, a 100 milhões de dólares (R$ 579 milhões), sua contribuição para o Fundo Amazônia, que gerencia recursos de países e organizações internacionais para preservar a maior floresta tropical do planeta.
O democrata será o primeiro presidente dos Estados Unidos em exercício a visitar a Amazônia, crucial na luta contra as mudanças climáticas pela capacidade de absorver CO2.
No entanto, este imenso território, que passa por nove países, especialmente o Brasil, está à beira do colapso, afetado por secas e incêndios relacionados às mudanças climáticas.
O compromisso dos Estados Unidos no combate ao aquecimento global corre o risco de desaparecer a partir de janeiro, quando Trump retornará à Casa Branca.
O republicano prometeu desmantelar as políticas ambientais de Biden, mostrando-se um entusiasta da exploração dos combustíveis fósseis, principais responsáveis pelas emissões de dióxido de carbono.
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