O chanceler alemão, Olaf Scholz, enfatizou nesta segunda-feira (18) que o acordo de livre comércio entre União Europeia e Mercosul deve ser concluído "de uma vez por todas", apesar da rejeição que está gerando, sobretudo por parte da França.
"Depois de mais de 20 anos [de negociações], temos que finalizar o acordo de livre comércio com o Mercosul", disse Scholz em uma coletiva de imprensa à margem da cúpula do G20 no Rio de Janeiro.
"A forma como foi negociado levou muito tempo. Não é um bom exemplo. Precisamos de mais acordos de livre comércio. O mundo está mudando", alertou.
A Comissão Europeia, com o apoio de vários países, incluindo Alemanha e Espanha, espera assinar antes do final do ano o acordo de livre comércio que está sendo negociado desde 1999 entre o bloco europeu e os fundadores do Mercosul (Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai).
Mas outros membros da UE se opõem, especialmente a França, que defende seu poderoso setor agrícola.
Nesta segunda-feira, agricultores franceses lançaram uma nova série de manifestações para protestar contra o acordo.
O setor agrícola de vários países europeus teme que os produtos sul-americanos inundem seus mercados.
A França "se opõe" ao acordo comercial, "não será às custas de nossos agricultores", declarou o presidente Emmanuel Macron no domingo, durante uma visita à Argentina antes de viajar ao Brasil para o G20.
A Itália juntou-se a rejeição nesta segunda-feira, quando o Ministro da Agricultura Francesco Lollobrigida denunciou um acordo que "na sua forma atual não é aceitável".
Se concluído, o pacto UE-Mercosul criaria um mercado integrado de cerca de 800 milhões de pessoas e eliminaria as tarifas de importação sobre mais de 90% dos produtos da UE exportados para o bloco sul-americano.
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