O governo da Venezuela denunciou nesta segunda-feira (18) que sua indústria petrolífera sofreu três "ataques" na semana passada, resultando em perdas milionárias, e responsabilizou a líder opositora María Corina Machado e o ex-integrante das forças especiais americanas Erik Prince.
Segundo a vice-presidente Delcy Rodríguez, dois ataques ocorreram em instalações da estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA): uma no leste e outra na principal refinaria do país, no oeste.
A vice-presidente vinculou Prince ao incidente ao citar uma publicação feita pelo militar em sua conta na rede social X, na qual ele fazia referência a uma explosão em um complexo de operações na Venezuela.
"O senhor Prince aparece dizendo que o complexo foi atacado, que explodiu um gasoduto no centro de operações Muscar, em Monagas", disse Rodríguez, enquanto exibia uma foto da mensagem, e em seguida o associou a Machado, a quem chamou de "terrorista".
Ela não forneceu detalhes sobre a conexão que afirma existir entre Prince e a líder opositora, que está na clandestinidade após denunciar fraude nas eleições presidenciais de julho. O presidente Nicolás Maduro declarou que Machado deixou o país, algo que ela nega.
Rodríguez afirmou que os ataques impactaram a indústria petrolífera, a petroquímica, empresas siderúrgicas e o sistema elétrico. O estado de Nueva Esparta (norte), onde fica a turística Ilha de Margarita, enfrenta longos cortes de energia elétrica.
Instalações petrolíferas e elétricas na Venezuela geralmente têm forte presença militar, e o governo frequentemente denuncia ataques, culpando a oposição.
De acordo com Rodríguez, a instalação mais afetada foi o complexo Muscar, responsável por distribuir 80% do gás do país.
No dia 11 de setembro, ocorreu uma explosão no local, que feriu cinco trabalhadores e resultou na prisão de 11 pessoas.
O governo estima as perdas em mais de 240 milhões de dólares (R$ 1,38 bilhão, na cotação atual).
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