A agência americana de notícias Associated Press anunciou, nesta segunda-feira (18), que reduzirá seu quadro de funcionários em 8% para responder a uma "transformação na mídia", em um contexto de crise econômica na imprensa e duas semanas após as eleições presidenciais nos Estados Unidos.
A empresa proporá um plano de demissão voluntária e haverá supressão de cargos, escreveu em um e-mail aos funcionários Daisy Veerasingham, presidente da AP, uma das três grandes agências de notícias mundiais, ao lado da Reuters e da Agence France-Presse.
"No total, estas mudanças atingem 8% da nossa força de trabalho, e menos da metade terá consequências para o setor da informação", acrescentou. A direção da AP não informou o número de demissões previstas.
Fundada em 1846 por jornais de Nova York, a AP tem um estatuto colaborativo sem fins lucrativos, com o envio de artigos, fotos e vídeos aos veículos de comunicação, mas se diversificou nos últimos anos em busca de outras fontes de receita.
A agência, que tinha 3.200 funcionários em 2018, publicou 375 mil artigos, além de 1,24 milhão de fotos e 80 mil vídeos, segundo dados de 2023.
"Sabemos que o setor de mídia atravessa um período de transformação. Nossos clientes (...) evoluem rapidamente" e "devemos acelerar neste caminho", acrescentou Veerasingham.
A AP tem um papel central na circulação da informação nos Estados Unidos, particularmente durante as eleições, quando suas projeções sobre sondagens e primeiros resultados atribuem com confiabilidade a vitória aos candidatos antes da informação oficial.
No contexto de crise econômica do setor, dois grupos de mídia americanos, Gannett e McClatchy, anunciaram em 2024 que não vão mais usar o conteúdo da AP.
Segundo Veerasingham, "o grosso das mudanças ocorrerá nos Estados Unidos", onde a AP está presente nos 50 estados do país.
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