Dezoito soldados morreram no intervalo de 24 horas no noroeste do Paquistão, incluídos 10 em um atentado suicida que, junto com outro ataque, foi reivindicado pelos talibãs paquistaneses, informaram as autoridades policiais e de inteligência nesta terça-feira (19).
"Um suposto camicase suicida detonou [nesta terça-feira] um veículo-bomba perto de um posto de controle do Exército" nos arredores de Bannu, na província montanhosa de Khyber Pakhtunkhwa, fronteiriça com o Afeganistão, declarou à AFP um oficial de inteligência em condição de anonimato.
Na sequência, "seus cúmplices abriram fogo" e "dez soldados morreram e outros sete ficaram feridos", acrescentou.
Mursaleen Khan, um agente da polícia local, acrescentou que "houve troca de tiros" e as forças de segurança isolaram a área.
Uma facção do grupo talibã Hafiz Gul Bahadur reivindicou o ataque horas depois.
No dia anterior, também no entorno de Bannu, "sete policiais foram sequestrados e levados a um destino desconhecido", declarou à AFP um alto cargo da polícia em condição de anonimato.
"Homens armados cercaram um controle policial na região de Bannu e se apoderaram das armas dos policiais", acrescentou.
Cerca de 24 horas mais tarde, um segundo agente, Muhammad Zia ud-Din, declarou à AFP que "todos os policiais sequestrados foram liberados".
Na segunda-feira à noite, "homens armados atacaram um posto de controle de guardas fronteiriços na região de Tirah", também na província de Khyber Pakhtunkhwa, disse um oficial de inteligência em condição de anonimato.
"As trocas de tiros entre ambas as partes duraram muitas horas", assegurou a fonte, que citou um balanço de "oito soldados mortos" e de "nove agressores mortos e outros sete feridos".
O ataque foi reivindicado pelo movimento talibã paquistanês TTP, formado durante a guerra no Afeganistão e com a mesma ideologia do grupo que retomou o poder no país vizinho desde 2021.
Em um comunicado, o TTP garante que a ação foi uma resposta a uma operação das forças de segurança contra um de seus combatentes.
O Paquistão, uma potência nuclear fronteiriça com o Afeganistão, enfrenta um aumento dos ataques do TTP, cujos combatentes mataram dez policiais em 25 de outubro.
O país de 240 milhões de habitantes também sofre com a violência separatista na região do Baluchistão, na fronteira com o Irã (sudoeste).
Sete soldados morreram ali no sábado em ataques de separatistas balúchis e, uma semana antes, um atentado do mesmo movimento deixou 26 mortos, entre eles 14 soldados, em uma estação de trem.
la-sbh/jma/gmo/mas-dbh/sag/cjc/rpr/mvv