A vitória de Donald Trump pode significar o isolamento dos EUA nas questões climáticas, afirma ministro da Secom -  (crédito: SOMODEVILLA/GETTY IMAGES)

A vitória de Donald Trump pode significar o isolamento dos EUA nas questões climáticas, afirma ministro da Secom

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O estado do Texas ofereceu ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, um terreno na fronteira com o México para a construção de instalações de detenção de imigrantes em situação irregular.

 

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A proposta foi oficializada pela republicana Dawn Buckingham, responsável por gerir o patrimônio do estado, em uma carta publicada na internet cuja versão física foi enviada a Mar-a-Lago, resort de Trump na Flórida.

 

 

A equipe de transição de Trump não disse se aceitaria a oferta. Mas sua porta-voz, Karoline Leavitt, afirmou na quarta-feira (20) que, ao assumir, o líder pretende mobilizar "todos os recursos" para "proteger a fronteira e suas comunidades".

 

 

O terreno em questão tem 5,67 km² (o equivalente a quase 800 campos de futebol, pelas dimensões oficiais do Brasil) e está localizado em um condado de poucos recursos no vale do Rio Grande. Ele havia sido comprado pela administração local em outubro - seu objetivo com isso era construir lá mais um trecho do muro de cerca de 700 km que separa o território americano do México, mas o projeto foi interrompido pela administração Joe Biden.

 

Na carta, Buckingham afirma que o local, que abrigava uma fazenda, tinha sido usado para contrabando de drogas e tráfico humano. "Neste momento, ele é essencialmente agrícola, então é plano, é fácil construir lá", disse ela à Fox News, primeiro veículo a divulgar a notícia.

 

"Estou 100% de acordo com o compromisso da administração Trump de retirar esses criminosos do nosso país, e estamos mais do que felizes em oferecer nossos recursos para facilitar as deportações deles", declarou.

 

Trump fez da imigração irregular um dos principais temas de sua campanha e enfatizou que pretende realizar a maior deportação em massa da história dos EUA. Embora especialistas apontem que o plano esbarra em uma série de questões jurídicas e logísticas, ele insinuou que poderia declarar estado de emergência e usar militares para pô-lo em prática.

 

O republicano culpa os imigrantes pelo problema da violência nos EUA e nos últimos meses vem insistindo que eles estão no centro de um suposto descontrole da criminalidade no país.

 

Suas declarações não são sustentadas por dados. Estatísticas mostram que, desde a pandemia, os principais indicadores de violência têm decrescido. Além disso, um estudo realizado por pesquisadores de Stanford, Princeton, Northwestern e da Universidade da Califórnia em Davis mostrou que a taxa de encarceramento de imigrantes é 60% menor do que a da população americana e vem caindo desde os anos 1960.

 

Mesmo assim, o discurso do republicano tem apelo entre muitos americanos e sua estratégia de evidenciar crimes cujos suspeitos são imigrantes se mostrou bem-sucedida durante a campanha.

 

A oferta do Texas ilustra como governos locais dos EUA têm se mobilizado para apoiar ou resistir aos planos do presidente eleito, dependendo do partido no poder.

 

Enquanto o Texas, governado pelo republicano Greg Abott, tem apoiado soluções agressivas para conter travessias de migrantes, a Califórnia, cujo dirigente é o democrata Gavin Newson, prepara medidas para se proteger de eventuais determinações do governo federal hostis ao meio ambiente, à comunidade LGBTQIA+ e ao direito ao aborto.