Agricultores poloneses começaram, neste sábado (23), a bloquear um importante posto fronteiriço com a Ucrânia para protestar contra a política do governo e denunciar o acordo da União Europeia (UE) com os países do Mercosul. 

Os termos do acordo de livre comércio entre a UE e o bloco Mercosul, composto por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, foram acordados em 2019, mas alguns países da UE bloquearam o seu progresso, com a França à frente da oposição. 

Cerca de trinta manifestantes bloquearam o tráfego de caminhões que entrava na Polônia através do posto fronteiriço de Medyka, no sudeste do país. 

Durante o protesto, apenas um caminhão por hora foi autorizado a sair do país em direção à Ucrânia. 

O bloqueio não se aplica a carros, ônibus e transportes humanitários e militares. 

Os agricultores acusam o governo de não ter cumprido as promessas relacionadas a impostos para o setor.

"Temos autorização para protestar até o final do ano, mas amanhã esperamos que o ministro [da Agricultura] venha discutir conosco. Por enquanto, não queremos expandir o nosso protesto", disse à AFP Roman Kondrow, representante de uma das organizações agrícolas presentes no local.

"Em solidariedade aos agricultores ocidentais, também nos opomos à assinatura do acordo entre a União Europeia e os países do Mercosul", acrescentou. 

Segundo ele, "este acordo destruirá a agricultura europeia".

"Eles não respeitam as mesmas regras que nós", declarou, acrescentando que "a mesma situação afeta as importações de produtos agrícolas ucranianos".

O bloqueio ocorre exatamente um ano depois de os agricultores poloneses bloquearem pela primeira vez a fronteira em protesto contra a chegada de produtos alimentares ucranianos ao país. 

Bruxelas liberalizou estas importações em 2022, o que causou perturbações no mercado agrícola e alimentar na Polônia e em outros países da região.

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