O Congresso da Nicarágua aprovou, nesta segunda-feira (25), uma lei para punir com multas ou a interrupção das operações as empresas que aplicarem sanções internacionais no país, como as adotadas pelos Estados Unidos contra o governo de Daniel Ortega.
O Governo pode "impor sanções e multas" e até ordenar "a suspensão temporária ou definitiva" das operações às entidades que aplicarem sanções estrangeiras, segundo o texto aprovado por unanimidade pelo Parlamento, com maioria pró-governo.
A lei foi votada depois de a Assembleia Nacional (AN, Legislativo) ter aprovado na sexta-feira, também por unanimidade, uma reforma constitucional que confere poder absoluto do Estado a Ortega e à sua esposa, Rosario Murillo, cujo cargo foi elevado de vice-presidente para "copresidente".
Ortega, que apresentou ambas as iniciativas, argumenta que a lei protegerá os nicaraguenses e suas instituições das sanções, mas analistas alertam que colocará especialmente os bancos em apuros.
Desde os protestos contra o governo de 2018, que, segundo a ONU, deixaram mais de 300 mortos, os Estados Unidos, o Canadá e a União Europeia impuseram sanções a centenas de funcionários e entidades públicas acusados de apoiar o governo em violações dos direitos humanos.
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