A Bolívia assinou, nesta terça-feira (26), um contrato com a empresa chinesa Hong Kong CBC Investment para a construção de duas fábricas de produção de carbonato de lítio, com um compromisso de investimento de 1,030 bilhão de dólares (R$ 5,98 bilhões).

As futuras fábricas - uma com capacidade de produção de 10 mil toneladas de carbonato de lítio por ano e a outra de 25 mil - estarão localizadas no Salar de Uyuni, no sudoeste do país, anunciou a estatal Yacimientos de Litio Bolivianos (YLB), que assinou o contrato.

"A Bolívia já deixou de estar absolutamente ausente no plano internacional. (...) Vamos ser um ator importantíssimo na determinação do preço internacional do lítio", disse o presidente boliviano, Luis Arce, durante a cerimônia de assinatura.

A empresa asiática é uma subsidiária da CATL, a maior produtora de baterias de lítio do mundo.

O lítio é um mineral-chave no processo de transição para energias mais limpas. Também chamado de "ouro branco", é essencial na produção de baterias para veículos elétricos e telefones celulares, por exemplo.

O governo da Bolívia afirma que o país possui os maiores recursos de lítio do mundo, com 23 milhões de toneladas descobertas. Ainda não foi determinado, no entanto, o quanto é possível extrair.

Este é o segundo contrato assinado pela YLB para a exploração do lítio. O primeiro foi firmado em setembro deste ano com o grupo russo Uranium One Group, que investirá 970 milhões de dólares (R$ 5,62 bilhões) para construir uma fábrica com capacidade de 14 mil toneladas de carbonato de lítio por ano.

Ambos os acordos ainda precisam ser aprovados pela Assembleia Legislativa, em um processo sem prazo definido e que pode ser atrapalhado pela profunda divisão da maioria governista.

"Exigimos aos deputados que acelerem o tratamento e aprovação (...) Esperamos que parem de bloquear o governo nacional e o povo boliviano (...) com nossos contratos", reclamou Arce.

O presidente também anunciou que as negociações para um terceiro contrato com a estatal chinesa Citic estão em andamento. "Esperamos que em breve possamos fechar esse contrato", garantiu.

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