O conglomerado indiano Adani Group informou nesta quarta-feira (27) que registrou perdas de quase 55 bilhões de dólares (319 bilhões de reais) desde que promotores americanos acusaram seu fundador e presidente, um dos homens mais ricos do mundo, de fraude.

Em 20 de novembro, uma Promotoria Distrital de Nova York acusou o empresário Gautam Adani e vários subordinados de enganar deliberadamente investidores internacionais como parte de um esquema de suborno.

Segundo a acusação, o magnata e outros executivos "elaboraram um esquema para oferecer, autorizar, realizar e prometer o pagamento de subornos a funcionários do governo da Índia".

O caso provocou o colapso das ações na Bolsa, que o grupo avaliou em "uma perda de quase 55 bilhões de dólares na capitalização de mercado de suas 11 empresas com cotação".

A Adani Enterprises, principal empresa do grupo, perdeu mais de 20% de seu valor desde que a acusação foi anunciada.

Gautam Adani, que antes do escândalo era considerado a segunda pessoa mais rica da Ásia pela Forbes, é acusado de participar no esquema de subornos de até 250 milhões de dólares (1,45 bilhão de reais) para assegurar contratos públicos lucrativos.

O empresário de 62 anos é um aliado próximo do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, de tendência nacionalista, e seus críticos o acusam de ter obtido benefícios ilícitos com a relação.

O império empresarial do Adani Group, com atividades nos setores de carvão, cimento, mídia ou aeroportos, já enfrentou outras acusações de fraude, também com consequências significativas no mercado de ações.

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