O governo anunciou, nesta quarta-feira (27), uma série de medidas para economizar R$ 70 bilhões em gastos públicos para 2025 e 2026, uma decisão que visa acalmar as dúvidas dos mercados sobre o desempenho fiscal do Brasil.
As medidas de economia tomadas pelo governo "exigem coragem, mas sabemos que são as escolhas certas" para "um Brasil mais forte, mais justo e equilibrado" no futuro, afirmou em um mensagem à nação o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que ajustou os últimos detalhes do plano junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O objetivo é garantir o cumprimento do marco fiscal, que limita o crescimento do gasto público até 2026, quando terminará o mandato de Lula.
As dúvidas dos investidores sobre a capacidade do Brasil de cumprir com seus compromissos fiscais pesaram ao longo de todo o ano sobre a economia do país, que, no entanto, apresentou resultados satisfatórios em algumas variáveis, como emprego, consumo e produção industrial.
De acordo com o Fundo Monetário Internacional, o produto interno bruto (PIB) brasileiro crescerá 3% em 2024, acima da média de 2,1% prevista para a América Latina e o Caribe.
Parte do pacote fiscal precisará da aprovação do Congresso.
O anúncio de Haddad foi feito um mês depois do previsto inicialmente, o que, nas últimas semanas, provocou uma pressão de valorização do dólar em relação ao real.
A moeda americana alcançou nesta quarta-feira seu valor mais alto da história (5,91 reais), em termos nominais, ou seja, sem considerar a inflação.
O dólar atingiu seu recorde após a divulgação de que, paralelamente ao pacote de cortes, o governo favorecerá com uma redução de impostos os cidadãos de renda média, como compensação para suavizar o impacto social do ajuste.
As autoridades reconheceram que é necessário combater o déficit para estabilizar tanto a situação fiscal a longo prazo quanto o crescimento da dívida pública.
O governo do presidente Lula estabeleceu um objetivo de déficit primário zero para este ano, com uma margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB.
Haddad afirmou na semana passada que confia em cumprir a meta.
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