O governo espanhol aprovou, nesta quinta-feira (28), uma “licença meteorológica remunerada” de até quatro dias para evitar viagens em caso de alerta meteorológico, quase um mês depois que as enchentes causaram 230 mortes no leste do país.

Essa nova medida, adotada pelo Conselho de Ministros como parte de um pacote de medidas de prevenção de riscos, tem como objetivo “regular de acordo com a emergência climática”, explicou a ministra do Trabalho, Yolanda Díaz, na televisão pública RTVE.

“Se uma autoridade de emergência de um conselho municipal, de uma comunidade autônoma, ou do governo do Estado, indicar que há um risco”, o "trabalhador deve se abster de ir ao trabalho", continuou Díaz, uma figura de proa do partido de extrema esquerda Sumar, que governa o país com os socialistas.

A ministra não entrou em detalhes sobre o tipo de alerta que acionará esse mecanismo.

Várias empresas foram criticadas após as enchentes que varreram o leste da Espanha em 29 de outubro por pedirem a seus funcionários que permanecessem no trabalho ou retornassem ao trabalho, apesar do alerta vermelho emitido pela Agência Meteorológica do Estado (Aemet).

Por sua vez, as empresas acusaram as autoridades de não as manterem suficientemente informadas e de não enviarem os avisos aos telefones celulares dos cidadãos até a tarde, várias horas após a Aemet ter emitido seu aviso.

De agora em diante, em uma situação semelhante, “nenhum trabalhador deve correr riscos”, acrescentou Díaz.

Embora a duração máxima dessa nova licença climática não ultrapasse quatro dias, as empresas terão a opção, uma vez transcorrido esse período, de recorrer a horas de trabalho reduzidas, o que já existe em casos de força maior, de acordo com o governo.

Os custos desses fenômenos podem dobrar “entre agora e 2050”, disse o ministro da Economia, Carlos Cuerpo, após o Conselho de Ministros, que também decidiu sobre um novo pacote de ajuda de 2,3 bilhões de euros (valor em 14,5 bilhões de reais na cotação atual)para as vítimas das enchentes.

Diante desses eventos, “temos que continuar avançando” nesse “esforço de mobilização, financiamento e investimento para nos adaptarmos e sermos mais resilientes”, acrescentou Cuerpo.

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