O Chade rompeu os acordos de cooperação em segurança e defesa com a França, que perderá sua última presença militar no Sahel, anunciou na noite desta quinta-feira (28) o ministro das Relações Exteriores do país africano.
"O governo da República do Chade informa à opinião nacional e internacional sua decisão de encerrar o acordo de cooperação em matéria de defesa assinado com a República Francesa", declarou o chanceler Abderaman Koulamallah em comunicado na página do Facebook do ministério.
Após as retiradas forçadas de suas tropas no Mali, Burkina Faso e Níger, o Chade era o último país do Sahel com presença militar francesa, marcando mais um passo na perda de influência tradicional de Paris, herdada do período colonial.
O anúncio ocorreu poucas horas depois da visita ao país do chefe da diplomacia francesa, Jean-Noël Barrot.
"A França é um parceiro essencial, mas também precisa entender que o Chade cresceu, amadureceu e é um Estado soberano, muito zeloso de sua soberania", afirmou Koulamallah após uma reunião entre Barrot e o presidente Mahamat Idriss Déby Itno.
O futuro recuo das tropas no Chade representa mais um revés na estratégia da França no Sahel, onde, há uma década, lançou uma intervenção antijihadista.
Anteriormente, Paris teve que retirar suas tropas do Níger (dezembro de 2023), Burkina Faso (fevereiro de 2023) e Mali (agosto de 2022), onde golpes de Estado levaram ao poder regimes militares hostis.
A França ainda mantém várias bases militares na África, incluindo na Costa do Marfim, Senegal, Gabão e Djibuti.
No entanto, o presidente senegalês, Bassirou Diomaye Faye, afirmou nesta quinta-feira, em entrevista à AFP, que a França deveria fechar suas bases no país da África Ocidental, também argumentando em favor da soberania nacional.
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