O presidente de Taiwan, Lai Ching-te, chegou neste sábado (30) ao Havaí, nos Estados Unidos, para iniciar um giro de uma semana pela região do Pacífico, que ele espera que marque o começo de uma nova era de democracia.

Lai, que assumiu o cargo em maio e cuja viagem causou a ira de Pequim, aterrissou no Havaí pouco depois das 7h30 locais (14h30 em Brasília), constatou um jornalista da AFP que viaja com o mandatário.

Em seu giro, Lai visitará as Ilhas Marshall, Tuvalu e Palau, os únicos arquipélagos do Pacífico que seguem reconhecendo Taiwan.

O anúncio desta viagem foi duramente criticado por Pequim, que prometeu "esmagar decididamente" qualquer aspiração independentista do poder taiwanês.

Washington não reconhece nem tem relações diplomáticas oficiais com Taipé, mas é o principal apoio e fornecedor de armas desta ilha com governo autônomo, reivindicada pela China como parte de seu território.

Pequim se nega a renunciar à violência para eventualmente assumir o controle de Taiwan e as incursões de aeronaves e embarcações de guerra chinesas nas imediações da ilha tornaram-se habituais nos últimos anos.

Também se opõe ao fornecimento de material militar por parte dos Estados Unidos para a ilha, um motivo habitual de atrito entre as duas potências.

Na sexta-feira, Washington aprovou uma proposta de venda de peças de aviões de combate e de sistemas de radares, além de equipamentos de comunicação, a Taiwan por um montante avaliado em 385 milhões de dólares (R$ 2,3 bilhões), informou a Agência de Cooperação em Defesa e Segurança dos Estados Unidos (DSCA, na sigla em inglês).

Defensor ferrenho da soberania de Taiwan e considerado um "separatista" por Pequim, Lai realiza sua primeira viagem internacional desde que assumiu o cargo em maio.

Em um discurso feito pouco antes de deixar Taipé, Lai afirmou que a viagem daria início a "uma nova era de democracia baseada em valores" e agradeceu ao governo dos Estados Unidos por ajudar a fazer com que sua visita aconteça sem inconvenientes.

Taiwan deseja "continuar expandindo sua cooperação e aprofundando alianças [...] com base nos valores de democracia, paz e prosperidade", sustentou o mandatário.

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