Os países membros da Organização Mundial da Saúde retomam as negociações a partir desta segunda-feira (4) para firmar um acordo sobre a prevenção de pandemias para não repetir os mesmos erros da covid-19

Em dezembro de 2021, temendo uma repetição da catástrofe causada pela covid-19, que deixou milhões de pessoas mortas, custou milhões de dólares e abalou drasticamente os sistemas de saúde, os 194 Estados-membros da OMS se comprometeram a firmar um acordo sobre prevenção, preparação e resposta às pandemias.

Depois de dois anos de negociações, espera-se que um acordo seja firmado nos próximos 15 dias, especialmente levando em conta que os países concordaram em adiar as discussões sobre as questões mais controversas: distribuição de conhecimento e acesso equitativo aos avanços médicos.

O surgimento de uma nova cepa de mpox, a epidemia mortal do vírus Marburg em Ruanda e a disseminação da gripe aviária H5N1 nos últimos meses deixaram os desafios mais evidentes.

Durante as 11 rodadas de negociações anteriores, os diplomatas chegaram a um consenso sobre a maioria dos 37 artigos da minuta.

A principal área a ser trabalhada diz respeito ao acesso a patógenos para a comunidade científica e a pesquisa médica, seguida pelo acesso a produtos para combater a pandemia, como vacinas e outras ferramentas derivadas de pesquisas.

No momento, esse é o impasse entre países ricos e pobres, que não se esqueceram de que foram deixados à própria sorte durante a pandemia de covid-19.

“A África foi deixada para trás naquela época, e isso não pode acontecer novamente”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanim Ghebreyesus, na sexta-feira.

Para não bloquear as negociações, a ideia é adiar a discussão sobre os detalhes do Sistema de Acesso a Patógenos e Repartição de Benefícios (PABS) para uma data posterior.

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