Uma investigação preliminar revelou que comandos israelenses usaram uma lancha equipada com dispositivos de interferência de radar para sequestrar um libanês acusado de ser um "agente" do Hezbollah, disse uma fonte judicial libanesa à AFP nesta terça-feira (5).

Os primeiros relatórios sugerem que "o Exército israelense utilizou uma embarcação de alta velocidade equipada com dispositivos avançados capazes de bloquear radares" da força de paz da ONU no Líbano (Unifil), encarregada de monitorar os litorais, afirmou o responsável sob condição de anonimato. 

Israel confirmou no sábado que capturou um "agente de alto escalão do Hezbollah" durante uma operação lançada por uma unidade de elite da Marinha em Batroun, ao norte de Beirute, depois de uma fonte militar no Líbano ter relatado o sequestro de um "civil" por um "comando naval".

O homem sequestrado, Imad Amhaz, tem 30 anos e estava treinando para ser capitão de navio no Instituto de Ciências Marítimas e Tecnologia (Marsati), a principal escola de formação do setor naval do Líbano.

A fonte descreveu o incidente como um "crime de guerra que viola a soberania nacional", uma vez que envolve o sequestro de um cidadão libanês em uma área fora do conflito entre o grupo pró-iraniano Hezbollah e Israel, que no final se transformou em uma guerra aberta no final de setembro. 

As autoridades libanesas "não podem investigar as forças da Unifil ou pedir-lhes que forneçam informações ou imagens captadas pelos seus radares porque gozam de imunidade", acrescentou. 

Segundo o seu site, esta força é responsável por apoiar o Líbano no monitoramento das suas águas territoriais, garantir a segurança costeira e impedir a entrada não autorizada de armas ou materiais relacionados no Líbano por via marítima.

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