Teerã alertou, neste sábado (9), sobre o risco de que os conflitos em Gaza e no Líbano, onde Israel está em confronto com as organizações pró-Irã Hamas e Hezbollah, se espalhem para outras regiões do mundo. 

"O mundo deve saber que, se a guerra se espalhar, seus efeitos nocivos não se limitarão ao Oriente Médio", advertiu o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, em discurso transmitido pela televisão estatal.

"A insegurança e a instabilidade podem se espalhar para outras regiões, mesmo distantes", acrescentou.

Israel, um dos principais inimigos regionais do Irã, está em guerra com o Hamas na Faixa de Gaza e com o Hezbollah no Líbano, dois movimentos aliados a Teerã, que, por sua vez, pede um cessar-fogo em ambas as frentes. 

A tensão entre os dois países cresceu no calor dos conflitos em Gaza e no Líbano e, em 26 de outubro, caças israelenses bombardearam instalações militares no Irã, em retaliação a um ataque balístico iraniano contra Israel em 1º de outubro. 

Teerã prometeu responder, e Israel deixou claro que atuaria com mais força se isso acontecesse. 

Na quinta-feira, Ali Larijani, assessor do aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, disse que o Irã deve se proteger contra uma reação "instintiva" contra Israel para "não cair na armadilha" do governo de Benjamin Netanyahu. 

Já o presidente iraniano, Masud Pezeshkian, declarou no domingo que um eventual cessar-fogo entre os aliados do Irã e os de Israel poderia influenciar a resposta de seu país aos ataques israelenses.

Neste sábado, o Irã também pediu ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que "mude" sua política de "pressão máxima", aplicada durante sua primeira administração na Casa Branca.

"Trump deve demonstrar que não segue as políticas errôneas do passado. Como um empresário, ele deveria avaliar os prós e os contras e decidir se deseja continuar ou mudar esta política prejudicial", disse Mohamad Javad Zarif, vice-presidente iraniano de assuntos estratégicos, à imprensa.

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