Quase metade das espécies de corais construtores de recifes, que vivem em águas tropicais, está em perigo de extinção, segundo um relatório da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) publicado nesta quarta-feira (13).

A publicação pela UICN da lista vermelha atualizada de espécies ameaçadas ocorre em meio à cúpula climática COP29 em Baku, no Azerbaijão, à qual os líderes de muitos dos principais países poluidores decidiram não participar. 

O aumento das temperaturas gerado pela atividade humana causou o branqueamento maciço dos recifes de coral, ameaçando ecossistemas cruciais para a vida marinha e a subsistência das populações que dependem deles.

De acordo com a UICN, 892 espécies de corais construtores de recifes, que vivem nas águas quentes e rasas dos trópicos, estão em perigo de extinção. 

Na última avaliação (2008), um terço de todas as espécies de corais estavam em perigo de extinção. 

A UICN continua avaliando os riscos para os corais que vivem em águas mais frias e profundas, condições que dificultam seu estudo.

A organização insta os negociadores da COP29 a agirem rapidamente para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. 

"Ecossistemas saudáveis como os recifes de coral são essenciais" para os seres humanos, porque "fornecem alimento, estabilizam as costas e armazenam carbono", disse a diretora-geral da UICN, Grethel Aguilar. 

"A mudança climática é a maior ameaça aos corais construtores de recifes e devasta os sistemas naturais dos quais dependemos", afirmou em um comunicado. 

Os corais estão igualmente ameaçados pela poluição, por doenças e pela pesca não sustentável.

A maioria dos corais construtores de recifes é encontrada na região do Indo-Pacífico, como a Grande Barreira de Corais australiana, que este ano sofreu um dos piores episódios de branqueamento da sua história. 

A lista vermelha atualizada da UICN inclui os resultados de um estudo sobre corais construtores de recifes no oceano Atlântico, publicado nesta quarta-feira na revista científica PLOS ONE. 

O estudo conclui que cerca de uma em cada três espécies deste coral do Atlântico está em perigo crítico de extinção, mais do que se pensava anteriormente. 

"Sem decisões adequadas por parte daqueles que têm o poder de mudar este rumo, veremos ainda mais perdas de recifes e o desaparecimento progressivo de espécies de corais em proporções crescentes", alertou David Obura, especialista em corais da UICN.

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