O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, chegou nesta quarta-feira (13) a Teerã para negociações sobre o programa nuclear do Irã, uma semana depois de Donald Trump ter sido eleito o novo presidente dos Estados Unidos. 

Grossi reuniu-se na tarde desta quarta-feira com Behruz Kamalvandi, porta-voz da Organização de Energia Atômica do Irã (OEAI), segundo imagens da televisão estatal iraniana. 

Na quinta-feira ele se reunirá com seu chefe, Mohamad Eslami, e também deverá conversar com o ministro das Relações Exteriores, Abbas Araqchi.

Araqchi foi um dos principais negociadores nas conversações nucleares que levaram à assinatura de um acordo nuclear histórico entre o Irã e as grandes potências, incluindo os Estados Unidos, em 2015.

O texto previa uma flexibilização das sanções internacionais contra o Irã em troca de garantias de que o país não tentaria adquirir armas nucleares.

Durante o seu primeiro mandato (2017-2021), Trump promoveu uma política de "pressão máxima" contra Teerã, restabelecendo as sanções e retirando os Estados Unidos do acordo. 

Desde então, a República Islâmica aumentou drasticamente as suas reservas de urânio enriquecido para 60%, não muito longe dos 90% necessários para desenvolver uma bomba atômica, segundo a AIEA. 

"Foram os Estados Unidos, e não o Irã, que abandonaram o acordo nuclear", disse a porta-voz do governo iraniano, Fatemeh Mohajerani, nesta quarta-feira. 

O retorno de Donald Trump à Casa Branca em janeiro levanta receios de um aumento das tensões entre o Irã e os Estados Unidos. É neste contexto que Grossi retorna ao Irã, após uma visita em maio.

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