O número de detentos mortos em um brutal confronto ocorrido na terça-feira em uma prisão no Equador subiu para 17, enquanto a cifra de feridos aumentou para 15, informou, nesta quarta-feira (13), o órgão responsável pela administração das penitenciárias.
O massacre ocorreu na violenta cidade portuária de Guayaquil, na maior prisão deste país sul-americano, mergulhado em uma profunda crise carcerária que já resultou na morte de cerca de 500 detentos desde 2021, em decorrência de disputas entre facções rivais do narcotráfico.
"Até o momento, foram reportadas 17 pessoas privadas de liberdade (PPL) falecidas e 15 feridas. Estas últimas foram atendidas pelo Ministério da Saúde Pública", informou a autoridade penitenciária à imprensa.
As autoridades não detalharam as condições de saúde dos feridos no confronto ocorrido na Penitenciária do Litoral, também conhecida como Guayas 1, um local de massacres frequentes.
As prisões no Equador estão militarizadas, dentro de uma política linha dura contra o crime do presidente Daniel Noboa, que governa desde novembro de 2023.
As mortes ocorreram no Pavilhão 3 desta unidade, no qual estão integrantes das facções Las Águilas, Los Duendes e Mafia-18.
Veículos locais, citando fontes policiais e familiares, afirmam que o confronto ocorreu devido à presença de grupos dentro da prisão que monopolizam a distribuição de alimentos e praticam extorsão contra detentos.
O Comitê Permanente pela Defesa dos Direitos Humanos (CDH) de Guayaquil escreveu no X (antigo Twitter) que o Equador "registra 72 assassinatos este ano no contexto da prolongada crise carcerária do país. Em Guayaquil, são 38 crimes no período da militarização penitenciária".
O CDH também denunciou "restrição de alimentos, de atendimento médico e torturas".
De acordo com a autoridade penitenciária, um comitê de crise foi ativado após o massacre. As visitas estão "temporariamente suspensas", enquanto as forças de segurança realizam operações em busca de armas, munições e explosivos.
A violência no Equador se intensifica junto ao crescimento do narcotráfico, que mantém vínculos com cartéis internacionais, e ao aumento da produção de cocaína nos vizinhos Colômbia e Peru.
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