Ao menos 10 pessoas detidas nos protestos que eclodiram após as eleições na Venezuela foram libertados neste sábado (16), depois que o Ministério Público (MP) anunciou a revisão de 225 casos, informou à AFP a ONG Foro Penal, que espera mais libertações.

"Dez até agora", disse à AFP o diretor do Foro Penal, Alfredo Romero. "Desde as primeiras horas, estão ocorrendo algumas libertações de presos políticos devido à situação pós-eleitoral", acrescentou no X (antigo Twitter).

A ONG 'Coalición de Derechos Humanos' mencionou "algumas libertações".

Mais de 2.400 pessoas foram detidas após os protestos que eclodiram poucas horas depois da proclamação da vitória de Nicolás Maduro, em 28 de julho, com denúncias de fraude por parte da oposição, segundo dados do próprio MP, incluinso 164 adolescentes, dos quais 69 ainda permanecem presos.

As libertações estão ocorrendo em pelo menos três prisões do país, indicou Romero. "Nas Crisálidas e Yare II (estado Miranda, centro) e em Tocorón (Aragua, centro)".

O MP anunciou na sexta-feira a revisão de 225 casos de detidos, atendendo a um pedido do próprio Maduro, que pediu para "retificar" caso tenha acontecido algum "erro processual".

"Aquele que tenha sido responsável pelas ações criminosas, sujeito a uma vinculação como participante direto das mesmas, será punido, será sancionado; quem não tiver responsabilidade, no contexto de uma investigação, será submetido a uma revisão da medida", prometeu Saab, que se reuniu com vários familiares dos presos.

Centenas de familiares protestaram pedindo a libertação de seus entes queridos detidos, que asseguram que não estavam participando das manifestações no momento em que foram presos.

Ativistas dos direitos humanos denunciaram torturas, negação de atendimento médico e alimentação "insuficiente" para os presos.

Segundo o Foro Penal, que denunciou uma "crise repressiva", havia "1.976 presos políticos" até quinta-feira na Venezuela.

Este é o "número mais elevado de presos políticos do século XXI, e o maior número de presos políticos em todo o continente americano", apontou a ONG.

A oposição, liderada por María Corina Machado, denunciou que os detidos estão em condições "desumanas" e que lhes foi negado atendimento médico. Um militante opositor morreu na quinta-feira sob custódia das autoridades devido a um problema cardíaco associado a complicações por diabetes. 

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