Bombardeios israelenses mataram dezenas de pessoas na Faixa de Gaza neste domingo (17/11), anunciou a Defesa Civil palestina, e também em Beirute, onde morreu o porta-voz do grupo islamista libanês Hezbollah.

 

Israel tem combatido em duas frentes desde setembro, intensificando os ataques contra o Hezbollah, movimento apoiado pelo Irã, após quase um ano de confrontos transfronteiriços, ao mesmo tempo em que continua sua ofensiva contra o Hamas em Gaza.

 

 

Os bombardeios israelenses de domingo em Gaza mataram pelo menos 60 pessoas. O ataque mais mortal, ocorrido durante a madrugada em Beit Lahia, no norte, tirou a vida de 34 pessoas, incluindo mulheres e crianças, e deixou dezenas presas sob os escombros, informou o porta-voz da Defesa Civil, Mahmud Basal.

 

"As chances de resgatar mais pessoas feridas estão diminuindo", afirmou.

 

Israel "nos bombardeou na noite passada, destruíram completamente Beit Lahia", contou à AFPTV Omar Abdel Aal, um palestino deslocado da cidade.

 

O exército israelense iniciou, em 6 de outubro, uma operação terrestre no norte da Faixa de Gaza para, segundo alega, impedir o rearmamento dos combatentes do movimento islamista palestino Hamas.

 

O exército anunciou neste domingo a morte de dois de seus soldados na região.

 

 

Israel justificou o ataque afirmando que "as atividades terroristas continuam na região de Beit Lahia" e acrescentou que durante a noite realizou "vários ataques (...) contra alvos terroristas".

 

Outras 26 pessoas morreram em bombardeios no sul - em Rafah e Khan Yunis - e em Nuseirat e Bureij, ambas no centro, acrescentou Basal.

 

Hamas

 

O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, indicou no domingo que o número total de mortos em mais de 13 meses de guerra chegou a 43.846, a maioria civis, um dado considerado confiável pela ONU.

 

O ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra, provocou a morte de 1.206 pessoas, a maioria civis, em Israel, segundo um balanço baseado em números oficiais israelenses.

 

Uma avaliação apoiada pela ONU em 9 de novembro alertou que a fome é iminente no norte de Gaza, em meio ao aumento das hostilidades e à quase interrupção da distribuição de ajuda alimentar no território.

 

Paralelamente à ofensiva em Gaza, Israel combate o Hezbollah no Líbano, onde em 23 de setembro lançou uma intensa campanha de bombardeios aéreos contra o grupo pró-iraniano e em 30 de setembro iniciou uma ofensiva terrestre no sul.

 

O objetivo é afastar a milícia xiita das regiões fronteiriças do sul libanês e deter os disparos de foguetes que deslocaram cerca de 60.000 pessoas do norte israelense.

 

Onze pessoas morreram e outras 48 ficaram feridas neste domingo em bombardeios israelenses em localidades da região de Tiro, no sul do Líbano, anunciou o Ministério da Saúde libanês.

 

 

Israel

 

Horas antes, um bombardeio israelense deixou dois mortos e 13 feridos, dois deles em estado grave, no bairro comercial de Mar Elias, no centro de Beirute, de acordo com o ministério.

 

A bomba atingiu uma rua que "eu pego todos os dias para ir ao trabalho (...) É um bairro residencial", disse Lina, de 59 anos, cujo apartamento fica a menos de 500 metros do local.

 

As escolas da capital e arredores permanecerão fechadas nesta segunda e terça-feira, anunciou o Ministério da Educação do Líbano.

 



 

Trata-se do segundo bombardeio de domingo no centro de Beirute, após um registrado no bairro de Ras al Nabaa, no qual morreram quatro pessoas, uma delas o chefe de imprensa e porta-voz do Hezbollah, Mohamad Afif, segundo o Ministério da Saúde.

 

O Hezbollah anunciou em um comunicado na noite de domingo a morte "do grande líder midiático (...) Hajj Mohamad Afif al Nabulsi, responsável pelas relações com a mídia" do Hezbollah, "em um bombardeio criminoso sionista".

 

O exército israelense, que dizimou nos últimos meses a direção do Hezbollah ao matar seu ex-líder Hassan Nasrallah e vários dirigentes políticos e militares, confirmou essa informação.

 

A agência oficial de notícias libanesa NNA também relatou um bombardeio "violento" de Israel no vilarejo de Khiam, no sul, perto de onde o Hezbollah reivindicou três ataques contra soldados israelenses.

 

Segundo o exército, o movimento islamista disparou cerca de 20 foguetes em direção à Galileia e Haifa, no norte de Israel. Alguns foram interceptados.

 

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Israel afirmou ainda que bombardeou "mais de 200" alvos no Líbano nas últimas 36 horas.

 

As autoridades libanesas afirmam que quase 3.500 pessoas morreram em ataques desde outubro do ano passado. A maioria das vítimas foi registrada desde setembro.

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