O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, comemorou nesta segunda-feira (18) a libertação de mais de uma centena de detidos na Venezuela na crise pós-eleições, e ressaltou que nenhuma dessas pessoas deveria ter sido presa.  

"A boa notícia é que hoje o governo venezuelano liberou vários presos políticos. É uma boa notícia. Nenhum deles merecia ter sido detido, em primeiro lugar", disse Borrell ao fim de uma reunião de ministros das Relações Exteriores da UE.  

"Nenhum deles deveria ter estado na prisão nem por um único dia. Mas é uma boa notícia que [o presidente Nicolás] Maduro tenha libertado muitos presos políticos", acrescentou.  

Borrell destacou ainda que a UE "continuará pedindo a libertação dos que permanecem sob custódia, em particular dos cidadãos europeus detidos sob acusações falsas".  

A ONG Foro Penal, que atua em defesa de quem denomina "prisioneiros políticos", informou a soltura de 131 pessoas detidas em razão dos protestos que eclodiram após as recentes eleições presidenciais.  

"Confirmamos 131, mas continuamos recebendo informações", afirmou à AFP Gonzalo Himiob, diretor e vice-presidente da ONG.  Entre os libertados, estão 10 adolescentes.  

O Ministério Público anunciou na véspera que 225 medidas de liberdade foram "concedidas e executadas" após uma revisão de casos relacionados às manifestações.  

Ao mesmo tempo, Borrell reafirmou que a UE não reconhece a legitimidade do governo de Maduro e apontou que o opositor Edmundo González venceu as eleições presidenciais, "segundo as informações disponíveis".  

Portanto, o Conselho Europeu (que representa os países do bloco) trabalhará para "revisar o sistema de sanções, para que não seja aplicado ao povo venezuelano, mas sim aos seus líderes", acrescentou. 

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