O presidente francês, Emmanuel Macron, declarou nesta terça-feira (19) "compartilhar" com seu contraparte chinês, Xi Jinping, sobre "a vontade de uma paz duradoura" na Ucrânia, um assunto discutido durante a cúpula do G20 no Rio de Janeiro.
No início de uma reunião entre os dois chefes de Estado à margem do encontro no Rio, Macron destacou a "convergência de visões" entre França e China em um mundo "cada vez mais marcado por instabilidade, tensões e guerras".
Xi Jinping declarou, por sua vez, que o mundo enfrenta "riscos e desafios" crescentes e que "os acontecimentos futuros podem ser ainda mais incertos e imprevisíveis", segundo um vídeo compartilhado pela imprensa estatal chinesa.
Contudo, afirmou que as relações franco-chinesas eram de "importância estratégica única".
"Pretendo trabalhar com vocês para aprofundar a comunicação estratégica, fortalecer a cooperação mútua e responder juntos às mudanças e desafios", acrescentou o líder chinês, que na segunda-feira alertou que "o mundo está entrando em um novo período de turbulência".
Em uma mensagem muito semelhante à da cúpula de 2023, na declaração final do G20 no Rio, os países concordaram em apoiar iniciativas "relevantes e construtivas" para uma "paz ampla, justa e duradoura" na Ucrânia.
"Estamos no milésimo dia da guerra de agressão lançada pela Rússia contra a Ucrânia e sei que o senhor compartilha conosco a vontade de uma paz duradoura, respeitando a Carta das Nações Unidas, e que compartilha a mesma preocupação com as declarações beligerantes e de escalada da Rússia sobre a doutrina nuclear", disse Macron a Xi.
O líder francês recordou que, durante uma visita oficial de Xi a Paris em maio, ambos os líderes pediram um cessar-fogo em Gaza, que "agora deve ser estendido ao sul do Líbano".
"A França continuará promovendo, dentro da União Europeia, a posição baseada na autonomia estratégica precisamente para poder dialogar com a China com total independência", acrescentou Macron, que na segunda-feira, no primeiro dia da reunião, reprovou Washington e Pequim por não 'respeitarem' as regras do comércio internacional.
Ele disse que viajaria novamente à China "nos próximos meses", sem dar mais detalhes.
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