O conselheiro delegado da Boeing, Kelly Ortberg, disse, nesta quarta-feira (20), a seus trabalhadores que a companhia aeronáutica americana tem um grande problema de cultura empresarial e não pode se permitir outro erro, segundo a imprensa local.

Em uma reunião de uma hora de duração, Ortberg, que chegou ao cargo em agosto, instou os funcionários a assumirem responsabilidades quando detectarem problemas, noticiou o The Wall Street Journal.

"A Boeing enfrentou muitos altos e baixos", disse o executivo. "Estamos em um ponto baixo, amigos". 

"Não vamos à máquina de café falar mal uns dos outros (...) Vamos nos concentrar na tarefa que temos nas mãos", acrescentou.

Ortberg também relatou uma conversa que teve com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, na qual ambos falaram de possíveis tarifas alfandegárias.

O diretor-executivo disse aos funcionários que uma eventual escalada na guerra comercial com a China afetaria muito a Boeing, segundo o jornal.

A reunião ocorreu duas semanas e meia depois de os trabalhadores da fabricante de aviões de Seattle aprovarem um novo convênio, encerrando quase dois meses de guerra em duas plantas de montagem com 33.000 funcionários.

A paralisação agravou as previsões dos resultados da Boeing, por si só pessimistas depois que em janeiro uma de suas aeronaves modelo 737 MAX operada pela companhia Alaska Airlines perdeu um painel da fuselagem em pleno voo.

Ortberg pediu anteriormente uma "mudança cultural" na Boeing, insistindo em que será preciso tempo para reerguer uma empresa que também sofre contratempos em seus projetos espaciais e de defesa. 

Em 12 de outubro, a Boeing informou que vai reduzir em cerca de 10% seu quadro de funcionários mundial nos próximos meses.

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