O chefe de Governo espanhol, Pedro Sánchez, e seu homólogo palestino, Mohammed Mustafa, assinaram nesta quinta-feira (21) quatro acordos bilaterais durante uma reunião intergovernamental em Madri, a primeira desde que a Espanha reconheceu o Estado palestino em 28 de maio.
O encontro, realizado no Palácio da Moncloa, residência oficial do chefe de Governo espanhol, é um "símbolo do compromisso que a Espanha tem com o presente e o futuro da Palestina", indicou o governo espanhol, de esquerda, em um comunicado.
A realização da reunião "tem o objetivo de contribuir para projetar internacionalmente a soberania da Palestina como Estado e incentivar outros países a seguir o passo dado pela Espanha", que, juntamente com Irlanda, Noruega e Eslovênia, reconheceu oficialmente o Estado palestino há alguns meses.
De acordo com o Governo de Sánchez, que se comprometeu a "apoiar com pelo menos 75 milhões de euros (R$ 458,4 milhões) a Palestina nos próximos dois anos", também foram assinados quatro acordos durante o encontro, nas áreas de "trabalho, educação, juventude e agricultura".
O encontro ocorreu "em pé de igualdade, para promover a prosperidade e o desenvolvimento de nossas sociedades", indicou em uma mensagem no X (anteriormente Twitter) Sánchez, que pediu novamente "um cessar-fogo imediato, tanto em Gaza quanto no Líbano".
Mohamad Mustafa disse esperar que este encontro "sirva de catalisador para fortalecer a cooperação entre nossas nações", em um comunicado no qual expressou seu "profundo agradecimento" à Espanha pelo seu "apoio inabalável".
O primeiro-ministro palestino também pediu uma "intervenção internacional para lançar um processo político sério e em um prazo determinado" capaz de "colocar fim à ocupação israelense e restaurar os direitos dos palestinos".
Pedro Sánchez, que se tornou uma das vozes destacadas pela causa palestina na União Europeia desde o início do conflito em Gaza no ano passado, já havia recebido o presidente palestino, Mahmud Abbas, em Madri, em meados de setembro.
A Espanha adota uma posição muito crítica em relação a Israel desde o início da guerra na Faixa de Gaza.
O conflito eclodiu após o letal ataque do movimento islamista palestino Hamas no sul de Israel em 7 de outubro, no qual os milicianos islamistas assassinaram 1.206 pessoas, em sua maioria civis, segundo um levantamento da AFP baseado em números oficiais israelenses, incluindo os reféns mortos.
A ofensiva de resposta lançada pelo exército israelense matou pelo menos 44.056 pessoas na Faixa de Gaza, em sua maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde do território palestino, governado pelo Hamas.
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