A coroação do rei Carlos III no ano passado custou aos contribuintes britânicos 72 milhões de libras (R$ 528 milhões, na cotação atual), segundo cifras oficiais publicadas nesta quinta-feira (21).

Em tempos de cortes orçamentários, a monarquia tem enfrentado críticas crescentes por seus gastos, considerados por muitos cidadãos como desconectados da realidade.

De acordo com os números oficiais, o Ministério da Cultura, Mídia e Esportes gastou 50,3 milhões de libras (R$ 369 milhões) no evento, enquanto o Ministério do Interior desembolsou 21,7 milhões de libras (R$ 159 milhões) em segurança.

Carlos foi oficialmente coroado rei na Abadia de Westminster em maio de 2023, em uma cerimônia que contou com a presença de dignitários de todo o mundo. Na noite seguinte à cerimônia, foi realizado um concerto suntuoso no Castelo de Windsor.

Os críticos antimonarquistas consideram que o orçamento destinado à família real é excessivo e injusto.

A coroação ocorreu em meio a uma grave crise pós-pandemia no Reino Unido, marcada pela inflação mais alta em décadas e um estancamento econômico, que juntos causaram uma queda no padrão de vida.

Segundo uma pesquisa do instituto YouGov realizada antes da coroação, mais da metade dos britânicos acreditava que o governo não deveria arcar com os custos da cerimônia.

Em seu relatório anual, o Ministério da Cultura, Mídia e Esportes destacou que o evento foi "acompanhado por milhões de pessoas no Reino Unido e em todo o mundo".

Trata-se de "um momento que ocorre apenas uma vez por geração" e que "ofereceu uma oportunidade única de celebrar e fortalecer nossa identidade nacional", argumentou o ministério.

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